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  • Foto do escritorAna Carolina Freitas

Milan Fashion Week 2019-2020

Atualizado: 1 de nov. de 2019

Revisão de alguns desfiles da Milan Fashion Week, Primavera-Verão 2019-2020

Gucci

No seu 5º aniversário como diretor criativo da marca, Alessandro Michele, sentiu a necessidade de criar a sua própria mudança. Esta coleção foi mais clean e simplificada, porém os pontos característicos de Alessandro eram bem visíveis. Tentar avançar na história da marca sem perder a sua verdadeira essência é um feito apenas dos mais talentosos.


A predominância do preto, o carecimento de padrões e o bloqueio de cores para dar destaque a alfaiataria com remates de anos 70 caracterizaram toda a passerelle. Porém o maior choque centrou-se na troca da característica peculiaridade de Michelle pela sensualidade, o cliché de algo perverso. Acessórios e aplicações de renda, gargantilhas de vinil preto, collants coloridas e transparências deram vida ao desfile que Alessandro descreve como “uma oportunidade de caminhar por campos de possibilidades, cultivar a beleza, criar diversidade e celebrar a nossa expressão de identidade”.


Para AM, Gucci não se trata apenas de uma moda decorativa, mas sim de um atelier dedicado a técnica, forma e fabrico. “Não produzo roupas. Eu não sou um escravo do mercado. Eu não produzo materiais para tapar pessoas”.






Prada

Os problemas ambientais nomeadamente no mundo da moda continuam muito presentes nos dias de hoje. Na sua mais recente coleção que Miuccia Prada pegou nesse mesmo taboo que tem ocupado as nossas mentes e mostrou a sua visão no assunto.


“Por um lado, queremos salvar o planeta, não consumir e não gastar” “ As pessoas não vão ter trabalho, não vão ter dinheiro e assim vamos ter de vender mais outra vez” “É um gigantesco problema politico” .

Para consciencializar este problema, Miuccia virou-se para o seu trabalho no final da década de 90 caracterizado pela sua simplicidade pura. Polos de malha fina, conjuntos de lã, aplicações botânicas, linhas reduzidas, bucket bags e chapéus pescador marcaram os trends. Numa reviravolta modesta, Prada estampou o motto “comprar menos por mais qualidade” numa coleção focada em peças intemporais que queremos ter sempre no armário.


“A ideia é fazer algo que vai durar mais tempo e tem menos chance de ser deitado fora”



Versace

Foi numa nostalgia marcante da era dos anos 2000 que Donatella Versace conquistou a semana da moda de milão. Vestidos curtos, ombros acentuados, lantejoulas, casacos de ganga, cinturas descidas e estampados tie-dye alcançaram o status de vestuário religioso da época e o seu lugar de destaque no desfile.


Contudo todos os holofotes focaram no final do desfile, na aparição de Jennifer Lopez numa versão atualizada do seu famoso vestido selva. Usados nos Grammys pela primeira vez, deu muito que falar, tanto que quebrou a internet numa altura onde muitos ainda nem sequer tinham acesso a mesma. Esse mesmo vestido foi também causa para uma revolução tecnológica pois foi com este acontecimento que a Google criou a Google Images. Foi a partir deste marco que os designers começaram a projetar-se para o consumo digital.



Fendi

Foi na MFW que Silvia Venturini Fendi apresentou a primeira coleção feminina de pronto a vestir inteiramente criada e organizada por ela. Desde a morte de Karl Lagerfeld que Silvia se sujeitou a muitos firsts sua vida profissional tal como estar a frente de uma marca sozinha, porém isso também lhe deu a liberdade de traçar o seu próprio caminho.


De mulher para mulher, Silvia focou a sua mais recente coleção na praticidade do mundo feminino. “Quero que as mulheres se sintam naturais e bem nas suas roupas” “Eu não coloco a mulher num pedestal da mesma forma que os homens fazem”.


A sua filosofia baseou-se numa coleção onde se misturou peles com tecidos criando um jogo de qual é qual altamente luxuoso que apareceram em: camisas havaianas, roupões de banho, casacos xadrez, saias quadradas e casacos acolchoados e utilitários.


Inspirada nas noites de verão, Silvia deu vida a uma coleção mais relacionada à sua persona e que por sua vez se tornou o caminho a seguir pela Fendi depois de Lagerfeld.




Moschino

Inspirado não trabalho, mas antes nas suas musas e todos os outros elementos que compunham a vida de Picasso, Jeremy Scott, apresentou a sua mais recente coleção em Itália. “Musas inspiram artistas e os artistas inspiram o mundo”.


Designs abstratos preencheram a sala, desde tops e vestidos de mangas gigantes até ao cabelo das modelos. Scott é conhecido por arriscar e nunca tem receio de levar o tema à letra, esta coleção é prova viva disso. Entre molduras gigantes e vestidos em formato de guitarra, Jeremy procurou homenagear o trabalho do artista espanhol com referências a “el matadores” e vestidos de flamingo.


Uma verdadeira obra de arte saída de um museu.





Boss

Depois de 10 desfiles apresentados na New York Fashion Week é a vez de Boss atravessar o oceano e ir até Milão. Apesar da distância, ainda se consegue sentir o sabor nova iorquino nesta coleção simplista.


Esta nova ideia centrou-se na exploração da casualidade, mas numa forma mais formal estilo Boss. Entre contrastes de formal e desportivos, cores primárias e luxuosos neutros Ingo mostrou ao mundo o seu estilo pessoal, sem dizer ao cliente o que vestir, mas antes o que sentir.


As peças desta coleção foram desenhadas para ter uma relevância duradora. Apelando consumidores conscientes que procuram criar um armário intemporal Wilts criou uma coleção intemporal, numa era onde a moda e a sustentabilidade procuram andar de mãos dadas.




Emporio Armani

Apesar dos seus 85 anos de idade Giorgio Armani ainda sabe como fazer uma coleção direcionada para os mais jovens. Tons rosa e azul pastel, cinza e kiwi pintaram uma coleção de texturas e metálicos.


No final do desfile o cenário tornou-se numa paisagem noturna com uma meia-lua e estrelas projetadas no teto, o que deu entrada a proposta do designer para as roupas de noite.



Alberta Ferretti

Uma referência explicita a década de 60 e 70 encheu o desfile de Alberta Ferretti de cores beijadas pelo sol de tons laranja e roxos. Uma energia exótica de roupas que bem podiam ter sido usadas na época quer em movimentos juvenis quer nos festivais mais conhecidos.


Na verdade, a mensagem por detrás de tudo isto é que as pessoas têm-se reunido para promover um modo de vida mais alternativo e amigo do ambiente. Há um certo espírito contra o capitalismo consumista nesta estação que preenche os mais variados desfiles.



Nota: Fiz uma seleção dos desfiles que mais captaram a minha atenção durante esta semana da moda, porém se procuram saber mais informações sobre outros desfiles aconselho a verem o post do blog Cyber Fashion (link)



Xo Xo


Ana Carolina Freitas

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